Fazenda Campos Novos

Fazenda Campos Novos, fundada em 1690 (final do século XVII) pela Companhia de Jesus, foi de fundamental importância na formação da cidade de Cabo Frio entre os séculos XVII e XVIII, sendo o principal complexo agrícola de toda a região do litoral fluminense. Os padres da Companhia de Jesus, eram voltados ao agronegócio com a exploração dos trabalhos de índios e negros.
A Fazenda Campos Novos, se estende por 184 hectares, é uma área de rara riqueza ambiental, pré-histórica e histórica. O prédio da fazenda é uma das poucas construções jesuíticas ainda de pé no território brasileiro.

 
Em 1759, os jesuítas foram expulsos das terras portuguesas e os seus bens foram confiscados, sob o contexto das reformas pombalinas. A fazenda passou, então, para as mãos de um comerciante do Rio de Janeiro. A região entre Rio das Ostras e o Peró, em Cabo Frio, ficou conhecida, após 1850, como local de desembarque clandestino de navios que vinham da África com escravos. A Fazenda Campos Novos, localizada nessa região, é identificada por historiadores como local de recepção desses escravizados, cujo tráfico era, então, proibido. Campos Novos segue sua história e nos anos de 1980 viveu fortes conflitos pela posse da terra que culminou com a morte de Sebastião Lan, um líder sindical agricultor. A Fazenda Campos Novos hoje pertence à Prefeitura de Cabo Frio. Faz parte da sede da Fazenda Campos Novos uma casa-grande, a igreja de Santo Inácio e o cemitério, sendo considerado um dos conjuntos arquitetônicos mais importantes e originais do país. Por tamanha relevância, levou ao tombamento pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, por intermédio do INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), em 2003, e como patrimônio nacional, pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), em 2011. D. Pedro II, Princesa Isabel e Conde D’eu, Charles Darwin, Príncipe Maximiliano, Saint-Hilaire, John Luccock, entre outros naturalistas e personalidades, hospedaram-se na Fazenda Campos Novos.

 
No entanto, muito antes dos jesuítas, a área foi ocupada pelos sambaquianos, população pré-histórica do litoral. Foram identificados sambaquis abaixo e no entorno das construções da fazenda. São sítios arqueológicos que contêm material conchífero, ósseo, além de artefatos de rochas e outros materiais. Pesquisas realizadas mostram a fertilidade do solo antrópico neste sambaqui. No entorno da fazenda foram encontrados, também, muitos artefatos líticos e cerâmicos mais novos que o sambaqui. Num mesmo lugar podemos reviver parte da história e pré-história do Brasil, e da relação entre o posicionamento das antigas populações durante as variações do nível do mar no Holoceno. Locais como a Fazenda mantêm viva a memória cultural e da Terra.

Igreja:

Igreja estabelecida no local foi consagrada a Santo Inácio, militar espanhol canonizado em 1622 e fundador da Companhia de Jesus. Possuía um altar central com a imagem do seu fundador, nos altares laterais estavam colocadas as imagens de Nossa Senhora da Conceição com o menino Jesus, de São José e outros santos ou santas. A estrutura contava com um solar e o cemitério ao lado da capela.

Horários de Funcionamento:

Diariamente de 8h às 17h
Segunda a sexta das 8 às 17h (para agendamento de grupos)

Missas todo quarto domingo do mês às 10h na Capela Santo Inácio

Contatos:

Tel.: +55 (22) 2625-6162 (Secretaria de Agricultura e Abastecimento)
agriculturaepesca@cabofrio.rj.gov.br (agendamento de visita guiada)

Endereço:

Rodovia Amaral Peixoto (RJ 106), Km 124, Tamoios – Cabo Frio – RJ