
Considerada a sétima cidade mais antiga do Brasil (alguns estudiosos afirmam que é a quinta), Cabo Frio impressiona os visitantes com a sua riqueza histórica e cultural. Um dia é muito pouco para conhecer tudo, mas certamente este roteiro vai te ajudar, e ao mesmo tempo, provocar sua vontade de voltar em breve para explorar ainda mais nosso destino.
Se quiser ter uma experiência ainda mais rica e completa, contrate um dos guias locais para te acompanhar e desfrute dos roteiros curtos realizados à pé que eles oferecem com toda riqueza de informações.
Começando pelo Bairro da Passagem, caminhe despreocupadamente pelas ruas preservadas e casas de estilo colonial que ainda mantém as características da época da fundação da cidade, com janelas baixas e coloridas, muitas ainda conservam em sua cobertura as famosas telhas feitas nas coxas das escravas grávidas. A graça é se perder pelas ruelas e becos, e se encontrar na praça em frente à Igreja de São Benedito, construída em 1761 para abrigar os escravos que se associavam em irmandades. Na praça, aos domingos (de 15 em 15 dias) acontece a Feira de São Benedito com antiguidades e artes para todos os gostos.
Em poucos minutos de caminhada, o centro da cidade abriga vários prédios históricos. Como a Câmara Municipal, construída em 1873 em substituição ao prédio original que datava de 1616.
Poucos metros á frente, o Charitas – Casa de Cultura José de Dome, edificação construída no século XVIII com o objetivo de servir como Casa de Caridade e que hoje abriga exposições culturais incríveis e artigos históricos de valor inestimável.
Uma quadra depois a Igreja Matriz de Nossa Senhora de Assumpção, datada de 1615, merece uma visita. Atravessando a Praça Porto rocha e seu Coreto, chegamos ao Boulevard Canal, onde vale a pena conhecer a Casa Scliar, atelier e lar do renomado artista. No local, podemos ver os cômodos preservados e deixados intactos como se seu dono fosse retornar a qualquer momento. Pinturas, livros, obras de arte contam a história do Brasil através dos olhos de quem a presenciou. O local ainda abriga uma oficina de cerâmica onde as quilombolas (de comunidades quilombolas de toda a região) tem muita alegria de receber os visitantes para mostrar todo seu talento. Impossível sair de lá sem levar nenhuma lembrança!
No mesmo Boulevard, o Terminal de Barcos de Passeio (réplica do original de 1917) guarda ao seu lado, um legítimo “pau-brasil”, a árvore que ocasionou tantas expedições e guerras.
Aproveite para almoçar em um dos restaurantes á beira do Canal do Itajuru e imaginar como deve ter sido para os navegantes a visão de Cabo Frio em 1503.
Continuando o passeio (sempre caminhando), o Calçadão da Rua Érico Coelho preserva fachadas históricas, como o Palácio das Águias. Logo mais à frente, o Largo de Santo Antônio é a porta de entrada ao Convento Nossa Senhora dos Anjos, concluído em 1696. Ao lado do Convento, uma íngreme ladeira de pedras leva à Capela Nossa Senhora da Guia, construída em 1740, em homenagem à Sagrada Família. Ao chegar ao topo do Morro da Guia, qualquer cansaço é recompensado pela linda vista em 360 graus da cidade (estamos no mais alto mirante de Cabo Frio).
De lá, continuando pela mesma avenida, em poucos minutos chegamos à Fonte do Itajuru, cujas águas abasteciam um acampamento de pesca indígena Tupinambá, além de servir de suporte às embarcações européias que traficavam pau-brasil.
Chega de andar (por enquanto)! Em poucos minutos de táxi, vamos em direção á Praia do Forte, para visitar o monumento histórico mais visitado da cidade: o Forte São Matheus, erguido entre 1616 e 1620 para proteger às terras interiores da exploração do pau-brasil pois a cidade, estratégica para os planos de colonização do território recém-descoberto pelos portugueses, precisava de proteção contra invasões de aventureiros.
Do outro lado do Canal, bem no alto do morro, de frente para o oceano Atlântico pode ser avistado o Antigo Farol de Navegação, que era utilizado pelos navegadores como fonte de orientação e localização do canal em meio à imensidão da noite. Existe uma trilha que leva ao local, saindo das proximidades da Ilha do Japonês, mas pelo curto tempo do roteiro, terá que ficar para uma próxima vez.
Caminhando pela orla da Praia do Forte, chegamos ao Espaço Cultural Museu do Surfe, que é o maior espaço do gênero na América Latina e retrata, através das pranchas, a história do surfe no Brasil e no Mundo.
Como dissemos no início, um dia é muito pouco para conhecer as riquezas históricas culturais de Cabo Frio.
Certamente, em breve te receberemos para conhecer nossos sambaquis, quilombos e a Fazenda Campos Novos, que foi construída pela ordem religiosa Companhia de Jesus, em 1690, quando levantaram a residência e a Igreja de Santo Inácio. Seu conjunto arquitetônico do Século XVII remonta à época da escravidão. Neste mesmo complexo, é possível ter uma experiência incrível na Trilha Sensorial (única acessível da região, com sinalização em braile).
Cabo Frio é um grande centro turístico com vasta rede de hotéis e pousadas para turistas nacionais e estrangeiros aproveitarem suas belezas naturais. As praias são famosas pela areia branca e fina. O clima tropical, onde o sol brilha forte o ano inteiro e quase não chove, estimula fortemente o turismo na cidade.